O Labirinto da Alma.
As coisas
Elas sempre são
do jeito que as coisas são
Pode até parecer-te redundante
Mas é algo a entender no final
Interessante é o sentido
Intenso
E que de alguma forma
Você sempre procurou
no ruído do silêncio
A lava incandescente
Que você pensa escondida
Sob a paz aparente da rocha perene
A estrela na ponta dos dedos
E em segredo reluz, lá no Céu
A alma humana é um lugar
Um labirinto que esconde
As peças de um quebra-cabeças
Que ninguém jamais
Poderá montar
ou remontar completamente
Simplesmente porque as peças
Já estavam no lugar desde o início
Mas você
Na sua ânsia pela vida
As espalha
Pro depois declará-las perdidas
É por isso
Que desde o tempo da infância
Tem gente que fala
E tinha a gente, que não entendia
de que havia muita coisa
Pra aprender com as crianças
A máxima desse paradoxo
É que só depois
de percorrer o labirinto
A gente percebe as informações
Que por parecerem redundantes
A gente deixou passar
Pra mais tarde descobrir
Que a chave da porta
Sempre esteve no mesmo lugar
dentro das nossas casas
Mas a imaginação
Com suas impiedosas asas
Nos leva a pensar
Que estavam lá no quintal
E são infinitos
Os quintais existentes no mundo
E imensos portões
Que admitem apenas a saída
Uma vez a pedra lançada
A alma arrependida
Lição aprendida
Não há que fazer mais nada
Após a palavra falada
Pois as coisas, elas são
do jeito que as coisas são
Um dia uma dor aborrecida
Vem doer dentro do peito
Mas veja que você
Só vai perceber lá no final
A oportunidade que foi perdida
Nem que seja o final da vida.
Edson Ricardo Paiva.