Segunda Morte
Tudo que é vivo morre,
até o morto morre de novo,
para só depois acabar.
É Triste pensar,
quando a última lembrança morre dentro da alma da gente,
do ente querido, da esposa, dos filhos, do eterno amigo,
sem nada de quem já morreu,
no mundo, deixar.
É como DEUS
estendido na beira do túmulo,
segunda e última morte do homem,
último sepulto, cercado de anjos e flores,
de trombeta dourada nas mãos,aguardando a última fúnebre canção,
o fim de triste louvores, para em seguida,no fundo profundo do negro jazigo,
seu corpo ainda insepulto, mas já esquecido,
ninguém enterrar.
O inexistir do último lembrar!
Para memória do morto, é a morte de novo.
É a desprimavera sem flores, o vazio terrível e absoluto de tudo!
Abismo silencioso e sem fundo, para quem é vivo,
sem DEUS, na angústia do mundo,
um dia pensar.