Índia Josefina.
A pele toda enrugada,
Zefina, a índia caçada,
Agora, esposa e empregada,
Garantia aos filhos paridos
Ser vó mãe e marido.
Nos tanques de roupas gigantes
Doa-se ainda ofegante
Cada peça, ali lavada em destino
Embrulhava a vida, os sentidos
Na cor da pele morena,
Zefina, a gigante pequena;
Fortalece serena a cada conquista,
Baila a protagonista.
Baila em choro, em luta e esperança,
Conquista todos a contradança,
No universo ergue sua bandeira,
Agora a heroína derradeira.
Deixa o sorriso amarelo cheio de falhas,
Alimenta os sentimentos a cada guerra,
De mãos nuas vence as batalhas
Ela, semente da terra.
Índia de preto olhares,
No mais profundo dos mares,
Agora, ocupa o universo,
E o mundo submerso.
Na construção mais teimosa,
Não fora, a mais bela da rosa,
Mas fora, entre todas a mais ditosa,
A índia agora graciosa.
E parte do cosmo criado,
Seu corpo da dor libertado,
No universo culmina.
Jaz, a índia Josefina.