FRUTO DO VERÃO DE 42

Houve uma vez um verão.

Havia veraneio numa praia,

Mas não era momento de veraneio.

Dizia-me assim, "Talvez algumas virão"-

Aflição que projeta-me, até que saia

Tão aflita como quando veio...

Na areia dispus-me a catar conchinhas.

Sempre meu mundo assim fechado,

Sempre perdido no alienamento ...

São coisas assim bem minhas

Este eterno ficar de lado

À espera de bons ventos.

O filme passa-se em quarenta e dois,

Ano de nascimento de minha mãe,

Cinco anos após Papai ...

O grande amor deixei ou não se dispôs:

Depois, tal qual o de nossos cães...

Mal sabia do nunca mais...

Camilo Jose de Lima Cabral
Enviado por Camilo Jose de Lima Cabral em 16/07/2018
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