OLHOS BRANCOS
No intimo de sua alma sedenta
Arde e cresce absinto pensamento
Que tal ilusão, a realizar, intenta
E deixar de ser, chaga e tormento
E, ainda ligado a forçoso passado
De correntes que encarceram vidas
Deixa-se ir só, sem alegrias do lado
Sem perceber as doces horas já vividas
Mas, o amor, sentido da existência humana
Apesar de relutantes olhos se negarem ver
Faz perdoar a pobre e decaída alma profana
Que começa num singelo gesto de bem querer