A TRAVESSIA
Saber caminhar de olhos vendados
Numa passagem de neblinas
Cercada de bolhas e cordas.
Uma passagem paralela
Com paradas sem horários,
E nesse caminho contraditório
Um minuto perdido
Coloca em jogo
Tudo aquilo
Que
Nos resta.
Do nada as neblinas passam,
As vendas que tapavam nossas visões
Caem.
As cordas e as bolhas se entrelaçam,
Outras estouram,
Outras voam,
Umas chegam ao destino,
Outras o destino leva.
As bolhas ganham formato
E resistência,
E o caminho,
Esse fica lá,
Esperando o próximo navegante.