Ingrata
Hoje, bateu-me a porta minha amiga,
Que muitas vezes adormecida,
Fica tranquila e repousada no silêncio
que também me silencia.
Na memória, a infância,
De sorrisos inocentes,
De bagunça e risos efervescentes
As gargalhadas que incomodavam
Tanta... gente.
Pois é ela, que hoje de saudade
Bate a minha porta
Com ar todo colorido,
Vem tirar de mim mais um sorriso
Mostra-me os amigos do eu ainda criança.
Como um relâmpago viaja em meu pensamento
Vasculha meu baú de relíquias
Resgata os mais raros sentimentos
Ela está aqui, e nem foi convidada
Mas atrevida, bateu a mente,
E logo adentrou-se
num mundo de heróis me colocou,
Diante a rua de terra,
da casa velha com gramado.
Da cerca de balaústre deitada.
A atrevida vai no íntimo da alma
Buscar no inconsciente
as lembranças inocentes.
E a alma agora sorri, enquanto a lágrima percorre
A face do menino franzino
Agora já não tão menino.
Se não quando ela, a atrevida, entra e salienta
os momentos de lembranças
sem chave, sem tranca,
simplesmente, vem me arranca
os momentos da infância
que por graças,
Sempre irão me acompanhar.