Vendedor de ioiô
Não mais que onze anos,
Encardido, bermuda agarrada nas pernas
De olhos esbugalhados, num rosto escondido,
Grita num ecoar de desespero;
Querendo vender ao mundo inteiro:
Olha o ioiô, vem comprar gurizada.
Na avenida principal a vergonha atormenta
Já o menino desembaraçado,
Grita, berra e em gargalhada, alimenta a esperança.
Faz piada no arremessar dos ioiôs
Mostra a molecada a oportunidade de ser criança
Joga, brinca, mostra no sorriso ardente,
Escondido no olhar sapeca e entristecido.
Nunca sabereis que a venda daquele brinquedo,
Fora o doce, a maçã e o sorvete daquele irreverente.