Naquela ladeira

Lá eu desço,

Sobre rodas.

Lá os sonhos,

Se desenrolam.

Lá aonde vida,

Segue seu curso.

Lá as mãos,

Logo se cruzam.

Lá as vozes,

Ganham eco.

Lá as tramas,

Se deflagram.

Lá as dores,

Se ouve em acústico.

Lá as penas,

Se debruçam.

Lá o ódio,

Se esconde.

Lá a raiva,

Chega e dança.

Lá as tramoias,

Marcam encontros.

Lá o amor,

Se desfalece.

Lá o fogo,

Ferve e mata.

Lá os gritos,

Ensurdecem.

Lá os valores,

São contados.

Lá as esperanças,

São caladas.

Lá as paixões,

Se enlouquecem.

Lá as caras,

São pintadas.

Lá o medo,

Se envaidece.

Lá as loucuras,

São bem pagas.

Lá o tempo,

Faz redemoinho.

Lá o desejo,

É cronometrado.

Lá o vento,

É vaiado.

Lá naquela ladeira,

Eu não paro.

Autor: Joabe Tavares de Souza – Joabe o Poeta.

Joabe o poeta
Enviado por Joabe o poeta em 02/07/2018
Código do texto: T6379573
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