IMPERMANÊNCIA
IMPERMANÊNCIA
Ultimamente as horas são passarinhos
Calo os meus medos
procuro meus ninhos
calos...
As ideias são tão fugazes
mudam de roupa
vivem em fases
vestem-se de azul
onde se pede o céu
de vermelho
onde o sangue
dorme
no espelho
Já nem sei quem me visita
cada um é outro
buscando ficar na fita
bonita
Abraço-me então afoita ,
ao que penso que não passa
e finjo que algo é permanente
tudo
de todo esse mundão
faz-me andar firme
procurando o que não mente
no chão
Talvez a folha viçosa
da arvore centenária
talvez ela me diga
que essa sensação é necessária...
Talvez ela me diga que de fato não existimos
e que só existe
o que de fato sentimos!