Projeto3
O papel em branco aceita minhas ideias sem cobrar nada.
Não sei se serei lido, compreendido então, é luxo.
Mas a folha espera por minhas palavras. Me faz um convite à faxina mental.
Colocar positivado tudo que vem à cabeça, faz as ideias boas assentarem melhor. Descartamos as inúteis.
Começo as vezes batendo nas teclas com força, extravasando a indignação em força física. Mas as palavras ficam embotadas quando enviesadas pelo ódio.
Dispo-me da armadura diária e tento deixar fluir. A raiva e o medo passam, abrindo caminho para palavras muito mais claras e afiadas.
Alguém que mora longe me manda uma mensagem carinhosa, o sangue que corre mais rápido e avermelha minha face me lembra de minha humanidade.
De como somos tão diferentemente iguais.
Todo mundo sangra da mesma cor.
Música, poesia e amizade. Quem colocou o dinheiro no meio?
A vida é improvável, resolvi encarar à passeio.
Se realmente não existem erros, como ensinou Miles Davis, por que temos tanto medo?
Na imensidão da tessitura tempo-espaço, consegui dividir com você este átimo.
Quão improvável é a existência? Quem consegue mensurar o lindo absurdo de um despertar?
Sem querer ser piegas, mas é só olhar pra fora.
Ficar ensimesmado é tentar compreender o mundo de dentro de uma sala fechada. Abra as janelas, ganhe a rua. Pode sair pela porta.
Não que alguém tenha que ouvir o que eu digo. Não sou dirigente, general, líder ou qualquer coisa do tipo.
Aproveitando o ensejo já vou me despedindo.
Nos encontramos em outra pagina de outro livro.