Projeto3

O papel em branco aceita minhas ideias sem cobrar nada.

Não sei se serei lido, compreendido então, é luxo.

Mas a folha espera por minhas palavras. Me faz um convite à faxina mental.

Colocar positivado tudo que vem à cabeça, faz as ideias boas assentarem melhor. Descartamos as inúteis.

Começo as vezes batendo nas teclas com força, extravasando a indignação em força física. Mas as palavras ficam embotadas quando enviesadas pelo ódio.

Dispo-me da armadura diária e tento deixar fluir. A raiva e o medo passam, abrindo caminho para palavras muito mais claras e afiadas.

Alguém que mora longe me manda uma mensagem carinhosa, o sangue que corre mais rápido e avermelha minha face me lembra de minha humanidade.

De como somos tão diferentemente iguais.

Todo mundo sangra da mesma cor.

Música, poesia e amizade. Quem colocou o dinheiro no meio?

A vida é improvável, resolvi encarar à passeio.

Se realmente não existem erros, como ensinou Miles Davis, por que temos tanto medo?

Na imensidão da tessitura tempo-espaço, consegui dividir com você este átimo.

Quão improvável é a existência? Quem consegue mensurar o lindo absurdo de um despertar?

Sem querer ser piegas, mas é só olhar pra fora.

Ficar ensimesmado é tentar compreender o mundo de dentro de uma sala fechada. Abra as janelas, ganhe a rua. Pode sair pela porta.

Não que alguém tenha que ouvir o que eu digo. Não sou dirigente, general, líder ou qualquer coisa do tipo.

Aproveitando o ensejo já vou me despedindo.

Nos encontramos em outra pagina de outro livro.

Rodrigo Margini
Enviado por Rodrigo Margini em 29/06/2018
Código do texto: T6377090
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