Para o Gui, com afeto, e para a Nigéria
Querido Gui, onde quer que estejas
Te confesso,
Chorei pela Nigéria
Por todas as desventuras
Chorei pelo povo e pela miséria
Quando aqui, nem se abriu o dia.
Então chorei pela Nigéria
Por todas as maselas
Pela servidão declarada
Sofri, também, pelas meninas machucadas.
Dói em mim a Nigéria,
Mãe do mundo subjugada,
Insone e torturada
Nas terras e nas savanas escravizada.
Chorei por teu ventre esquálido e cansado
Dás a luz com especial descuido
A milhões de bocas com fome
Que em total descontrole
Fracas, invadem o mundo
Os continentes, as cidades
Todas as cidades e territórios...
Sinto, Nigéria, pelas atrocidades
Os desgovernos tiranos
Os direitos violados
Os refugiados
Com seus corpos marrons
Com seus óculos espelhados.
Confesso que chorei, Nigéria
Pelas bocas amordaçadas
Pelas omissões e matanças
Por todos os descasos.
Então, por ti, chorei
Confesso que chorei
Nigéria, mãe negra do mundo.
Beijo a todos! Em especial, a Guido Heleno Dutra, onde estiver.