ENTENDIMENTO
Entendo de labirintos, emboscadas, precipícios,
Toda sorte de vícios, solidões de jacintos.
Feito de dores, dissabores, coube-me viver abissalmente,
Conheço muito de mergulhos nas profundezas sem cores.
Entendo muito de gente, as silentes e as do barulho.
Entendo tudo o que a vida me nega...
Compreendo o fluxo dos não acontecimentos
E do que houve, também, o que me enverga
Como ramos diante de ventos.
Entendo de poemas que se despedem,
Que se despem e que pedem...
Pedem por novo alento, novo ardor,
Ousam clamar pelo agora
Sem usar os noves fora,
Poemas loucos para irem embora...