Um sapo no plenário.

O sapo coaxa num plenário um discurso eloquente.

E o seu coaxar parece ser verdadeiro, sapiente.

E esta pseudo-sapiência movimenta a massa; gente.

Mas por trás do coaxar, sibila uma ardilosa serpente.

Que faz do sapo títere, saltimbanco indolente.

Que sem pensar movimenta a massa, leda gente.

Que segue pelo mundo alegre e displicentemente.

Rindo no circo e comendo do pão a migalha somente.

Que sopra do pó a ardilosa serpente, em ludibrio latente.

(Molivars).

Molivars
Enviado por Molivars em 22/06/2018
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