Um sapo no plenário.
O sapo coaxa num plenário um discurso eloquente.
E o seu coaxar parece ser verdadeiro, sapiente.
E esta pseudo-sapiência movimenta a massa; gente.
Mas por trás do coaxar, sibila uma ardilosa serpente.
Que faz do sapo títere, saltimbanco indolente.
Que sem pensar movimenta a massa, leda gente.
Que segue pelo mundo alegre e displicentemente.
Rindo no circo e comendo do pão a migalha somente.
Que sopra do pó a ardilosa serpente, em ludibrio latente.
(Molivars).