É Selva
É selva, camarada! É luta de classes.
A diversidade clama por universidade
Mas a casa grande não dá oportunidade.
Eles querem a senzala calada
Com sua cultura silenciada
Sem diálogo e sem discussão.
Querem os pretos no camburão
E as mulheres na cozinha
Igualdade? Só de deveres
Direito só de ficar caladinha
Se não quiser virar estatística
E amanhecer mortinha...
É selva, camarada! E o patriarcado é burguês
Inclusão é utopia, proletário não tem vez.
Religião de preto é do diabo
Orixás não tem vez em nossa roda
Tolerância é tratada como modinha
Humanidade virou mimimi
Quando se fala em respeito a burguesia ri.
É selva, camarada! Não se pode amar quem quiser
Mulher só pode beijar homem e homem beijar mulher.
O preconceito é gritante
O respeito ficou pra trás
Ninguém respeita as diferenças
É preciso uma cultura de paz.
A sociedade está cada vez mais conservadora
Querem censurar até educação.
Escola sem partido? Ou apenas um na lição?
É selva, camarada! Vamos hastear as bandeiras
É hora de reconhecer os nossos pares
E partir paras as trincheiras
Celebrar as lutas e gritar por inclusão
Pois um mundo novo só será possível
Se unificarmos as bandeiras e darmos as mãos...