Segura!...

Segura!...

Vou falar duma

parada dura,

a vida é dura

... mano...

a minha, a tua,

mas vou falar

da minha que

conheço bem,

moro embaixo

da linha do trem,

eterno vai e vem,

noite e dia

...aqui...

sossego não tem,

mas algum dinheiro

... vem...

Comigo é assim,

se tem tem

se não tem

não tem

e tudo bem,

sem crédito

ninguém acolhe,

ninguém socorre

ninguém...

Na frente

da improvisada

morada em papelão,

uns panos no chão,

arremedo de colchão,

tem supermercado,

loucura, consumismo,

fissura, minha

fissura é outra

e de-lhe cartão,

escravos nos dois

lados do balcão,

coisa de loucos,

o lucro, ostentação,

coisa de poucos,

aí estou fora,

você também,

mas tenho noção

que não sou João

mas sou ninguém,

nenhum vintém,

você tem!?...

Carrego minhas

pedras, remédio,

minha cruz,

meu tédio,

no fumacê

o meu prazer,

sem desejo,

sem fome,

sem nome,

fim de jornada,

resto pouco de vida,

ainda, sem nada...

a vida é dura mano

e essa é minha

parada...

Segura mano!...

Música Rap.

fabio fernandes
Enviado por fabio fernandes em 08/06/2018
Código do texto: T6359063
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