Segura!...
Segura!...
Vou falar duma
parada dura,
a vida é dura
... mano...
a minha, a tua,
mas vou falar
da minha que
conheço bem,
moro embaixo
da linha do trem,
eterno vai e vem,
noite e dia
...aqui...
sossego não tem,
mas algum dinheiro
... vem...
Comigo é assim,
se tem tem
se não tem
não tem
e tudo bem,
sem crédito
ninguém acolhe,
ninguém socorre
ninguém...
Na frente
da improvisada
morada em papelão,
uns panos no chão,
arremedo de colchão,
tem supermercado,
loucura, consumismo,
fissura, minha
fissura é outra
e de-lhe cartão,
escravos nos dois
lados do balcão,
coisa de loucos,
o lucro, ostentação,
coisa de poucos,
aí estou fora,
você também,
mas tenho noção
que não sou João
mas sou ninguém,
nenhum vintém,
você tem!?...
Carrego minhas
pedras, remédio,
minha cruz,
meu tédio,
no fumacê
o meu prazer,
sem desejo,
sem fome,
sem nome,
fim de jornada,
resto pouco de vida,
ainda, sem nada...
a vida é dura mano
e essa é minha
parada...
Segura mano!...
Música Rap.