A Copa do alivio
Chega junho, chega julho, passa ano e vai ano, a cada quatro anos, temos o futebol, um remédio amargo, um sabor doce, um grito de gol, um celebre compasso, sigamos, em frente, esqueçamos, a fome, a miséria, a greve, a guerra, as falsas amizades, vibremos pois é gol, quem já viu não perdeu foi Neymar, nosso Rei, com a bola no pé, grana no bolso.
Num país sem verde e nem amarelo, vermelho como o sol, saímos a festejar, beber aprontar, nas arenas, no telões, um só coração, um gol a cantar, sem decepção, só temos união, sem medo de dar a paz ao amigo, ou ao inimigo, nas guerras sem parar.
Na Rússia tem Putin, tem Messi, Ronaldo, tem todo selecionado, ninguém sabe quem vai brilhar. Mané, não é Pelé, Salah, não é Alá, a glória de ganhar vai para quem melhor saber jogar. Suarez, Guerreiro, a vida não é um puteiro, o Brasil é terra do dinheiro, na mão de poucos barões e nós espalhados nos grotões a gritar volta Lula já.
Pedro Parente, entrega a Petrobrás, para acionista gringo, quem paga a conta do golpe? Mas vamos todos celebrar, mani fantoches a gritar "Vai Brasil do meu coração".
Mbappé, Iniesta, quem foi convidado para a festa, sem visto, nem revisto, povo dividido, mas vamos todos rezar, cantar, beijar, comemorar, pois o preço aumentou, do gás, do arroz, do café, do combustível,mas não tem perigo, só é preciso a bola entrar e você nem vai notar que vai se ferrar.