UM LOUCO PENSAR
(Ps/432)
Tu que pensas, que choras,
gritas e andas só,
somos igualitários
diante do sentido da rosa e do luar?
A pedra não alcança a lua, mas o luar
ilumina a pedra, assim como beija a rosa.
Realidade compatível existe.
Somos mais que a pedra e a lua?
Alguém, habilitado, para me dizer?
A rosa sente e se encanta
com o brilho do luar,
aguarda uma gota de orvalho
para chorar o seu sentir
pela manhã,
Ao se aquecer no primeiro raio de sol.
Perfeita é a rosa e o luar.
Dura é a pedra porque não sente.
Imortal é o espírito da pedra
como o cérebro de Deus, abstrato
e onipresente que faz florir
a flor, iluminar a terra e
endurecer a pedra.
Não existe canção, nem imortal, aqui.
Há o sopro invisível e a estrada à tomar
para onde o vento quiser me levar.
Sensações me levam a sonhar
diante da pedra, da rosa e do luar.
Aqui, descortina-se o universo
diante de mim e do vento.
Tudo é real nesse outono,
um tanto invernal
aquecido pela imensa lua desta noite,
a de ontem e/ou talvez, a de amanhã.
Sei que tudo está certo diante
desse quadro em natureza viva
e Deus, sempre vivo e vigilante.!
Diante da rosa estou impotente
e irregular está meu pensamento.
Piano aberto na sala, fala
da sua indiferença, ao espelho
da parede.
Não há nada mais, nesse momento,
além da realidade imediata
refletida no espelho da sala,
duplamente, o azul da baía!