A frieza silenciosa do frio.
As ruas estão tão silenciosas,
Frias.
Ruas que fazem convite de reflexão.
Um sopro
Uma brisa
Um frio que toca-nos
As folhas que sacodem nos galhos
Os pássaros que não cantam exagerados
Só se comunicam
Como se dissessem:
Como estão as coisas por aí?
E outro apenas respondesse:
Está tudo bem.
Meio frio, não é mesmo?
Mas tudo bem.
E assim cada um parte.
Logo vejo
Um vizinho,
Um senhor,
Uma senhora,
Um certo alguém,
Talvez até um doutor
Que se escora na janela
E se atrai por um olhar de esquina
Um olhar que diz:
Olhe lá, até que enfim alguém aqui passa
Ah...
Tantos convites,
Inúmeras sensações
Quando ocorre a mudança do clima
Ou até das estações.
Agora eu parei,
Cheguei no meu destino
Cheguei no cabeleireiro!
[...]
Ironia do destino
Achar que nada adiantou
O frio pegou até o cabeleireiro
Que de casa não se retirou!