Retrato
Te peguei por mais de uma vez
Vivendo o mesmo ciclo de aflição
Abre, relê e inventa
Agora já não sente o mesmo
Apesar das mesmas palavras
Te distorcem as ideias
Senta e reflete
Agrupando todo pensamento positivo
Que se movimenta
Mas se revolta
De novo e de novo
Sempre escutando
A voz inconsciente e impiedosa
Da própria cabeça
Descontos, fraque, mesa e decepção
Líquido vicioso
De retorno rápido pro céu do corpo
Que desanda entre o monte
Nada linear de possibilidades
Insultando a verdade com força
E cresce em cima do que não existiu
Maldição dos caprichos
Nunca tocou as mãos reais
E já supera as expectativas
Alertando a todos que comprem
Suas dúvidas por precaução
Afogado em respiros adiantados
Sem atitude alguma, se deita
Remoendo a fantasia esquisita
Do que comeu hoje de manhã