Alien

Onde querem santo, sou pecador

Onde querem sabor, sou água e pão

Onde querem nudez, eu sou pudor

Onde querem amor, sou só paixão.

Onde querem judeu, eu sou gentio

Em minha gentileza, apenas um plebeu

Nunca preencheram esse vazio

Nem mesmo a 'nobreza' que me acolheu.

Onde querem beleza, sou o comum

Onde há festa, sou apatia

Onde querem água, eu sou o rum

Que por momentos dá alegria.

Sou o ‘mas’ depois do ‘sim’

Aquele banho de água fria

No começo é agonizante

No fim, é euforia.

E pensando bem, fui sempre assim

Desde que por gente me entendia

Das brincadeiras no jardim

Até as sessões de terapia.

Mas se sou assim, assim serei

Por hoje até certo momento

O momento que não sei

A morte, o renascimento.

E se for para ser príncipe ou rei

Aceitarei com apreço

Anarquizando minha própria lei

Talvez descubra onde pertenço.

Renan Bielemann
Enviado por Renan Bielemann em 18/05/2018
Reeditado em 07/10/2021
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