Alien
Onde querem santo, sou pecador
Onde querem sabor, sou água e pão
Onde querem nudez, eu sou pudor
Onde querem amor, sou só paixão.
Onde querem judeu, eu sou gentio
Em minha gentileza, apenas um plebeu
Nunca preencheram esse vazio
Nem mesmo a 'nobreza' que me acolheu.
Onde querem beleza, sou o comum
Onde há festa, sou apatia
Onde querem água, eu sou o rum
Que por momentos dá alegria.
Sou o ‘mas’ depois do ‘sim’
Aquele banho de água fria
No começo é agonizante
No fim, é euforia.
E pensando bem, fui sempre assim
Desde que por gente me entendia
Das brincadeiras no jardim
Até as sessões de terapia.
Mas se sou assim, assim serei
Por hoje até certo momento
O momento que não sei
A morte, o renascimento.
E se for para ser príncipe ou rei
Aceitarei com apreço
Anarquizando minha própria lei
Talvez descubra onde pertenço.