Estrelas

Todas elas estão caindo.

Como notas de uma melodia triste e tão longa quanto os espectros de cores do rio infinito no céu.

Nelas habitam as idealizações e sonhos tão lúcidos, demonstradas em três dimensões em qualquer realidade particular.

Cenas tão breves, interrompidas pelas correntes do sono.

Pensamentos tão leves e tão ambiciosos que trazem instantes únicos de alegria.

Se tornando o maior astro de seu próprio universo.

Os olhos fotografam o celeste visível.

A alma o todo invisível.

As estrelas parecem não estar lá de verdade.

E os observadores se sentem sozinhos.

O frio no rosto lhes desperta.

Ás vezes notam um manto avermelhado sobre suas cabeças.

Eventualmente tudo parece tão escuro e nada se pode ver.

Como um sinistro reflexo de seu próprio vazio.

Nada preenche o buraco.

Mas o espírito transborda.

Diante de tanta sinfonia natural e silenciosa.

As frequências se alinham.

Ninguém se entende.

As estrelas traduzem tudo.

Até reaquecer cada coração pessimista.

A mais antiga arte se cria.

O fantasma do medo novamente se perde.

Enquanto, discretamente,

Tudo se transforma em confusas palavras e sensações sem limites.