Diante do Espelho.
Ficava horas parado em frente ao espelho,
Olhando meus olhos vermelhos,
Sintomas de noites sem dormir.
Olhava para mim,
Como um estranho.
Não enxergava sonhos,
Nem um movimento leve,
Que flertasse com um tímido riso.
Dei conta depois de tempos,
Que em minhas mãos,
Haviam comprimidos.
Formas anti-naturais de tentar dormir.
E meu rosto,
Não parecia o mesmo rosto
Do dia anterior.
Olhei ao redor,
E o vazio e o silêncio
Me incomodavam.
Ali parado,
Comecei imaginar que estava correndo,
Corria sem peso algum,
Por um enorme campo de flores azuis.
Estranho,
Lá eu percebia que havia o mesmo silêncio,
Mas lá, lá ele era lindo.
Quando voltei a mim,
Olhando o espelho me vi sorrindo.
Pensei que não conseguiria mais sorrir,
E alguns segundos enquanto meus olhos
Presos a si mesmos no espelho,
Eu me libertava daquele corpo estranho.
Senti uma paz que jamais senti,
Vi lugares,
Que nunca pisei.
Estava sozinho,
Mas não sentia solidão.
Pois de alguma forma,
Sentia-me abraçado e confortado por algo.
Mas tudo durou pouco,
E voltei ao ponto inicial.
Olhos vidrados no espelho,
E o vazio e o estranhamento dentro de mim,
Novamente...