Olhos do coração

Quanto tempo olhamos para longe?

perdemos palavras e sonhos,

perdemos sentimentos e alma,

coração em frangalhos,

percorrendo caminhos escuros,

derramando lágrimas em vão...

Outro dia nasce e a vida segue,

respostas sem perguntas permanecem,

quem somos? para onde vamos? de onde viemos?

nada jamais poderá dizer por completo o que desejamos,

talvez porque queiramos demais,

metas tão grandiosas,

visões tão divinas,

ardores gigantescos,

quando somos tão humanos,

sempre com dúvidas e complicações,

quando somos tão pequenos,

sempre com erros e distrações...

Quantas vidas levaremos para aprender?

valorizar o que temos,

os pequenos momentos,

as pessoas ao lado,

as sensações fugazes,

pois é isso que diz quem somos em nossa parcialidade infinita...

No final tudo o que precisamos é parar,

parar e olhar nos olhos,

e nesse olhar enxergar com o coração,

ver o que a visão nos impede,

viver o que a vida nos pede,

tocar a essência do que vale a pena,

porque todo o resto é apenas detalhe,

versos esquecidos em um soneto,

melodias perdidas em uma canção,

e mesmo assim tudo pode ser bonito,

e mesmo assim tudo pode ser tranquilo,

e mesmo assim tudo pode ter sentido...