Presságio de dores!


No meio da noite em silêncio, só um som se escuta;
São risadas trevosas num prenúncio de agruras;
Minha boca não fala nem meu medo abafado tem retorno,
Mas essa aberração, insiste em me amedrontar! Quer dizer algo, eu sei;
Os pés que latejam, vertem sangue e me arrastam com dificuldades;
Outro som, um estalo, arrepios seguidos de “ais;
A noite tenebrosa é sem lua, é puro breu e traz tormentas;
Saio feito louco, sem ver nada em volta, sem ver ninguém;
Bato em coisas, derrubo lixeiras, multiplico meu medo;
Com disse, tormentas: Fétidas e penetrantes, vão dominando tudo;
Não sei se ainda estou vivo, tenho lá minhas dúvidas;
Mas, se sinto medo e se a dor não é pouca, então ainda resta um sopro...
A noite resiste, na verdade a ideia de não mais passar esta noite,
...de não mais amanhecer e por consequência, não existir o dia,
Não sai de minha cabeça, não consigo pensar diferente;
Uma ponta de luz fraca, mas confortante, se vislumbra no horizonte;
Uma esperança? Uma Luz guia? Um sinal de Deus?
Enfim o dia vem acanhado e ganhando força!
Cinzento, feio, mas venceu a escuridão total!
Isso é que conta, apesar dessa chuva ácida e com gosto de enxofre!
Precisamos rever a vida humana!