O DITADOR
O ditador acorda (Maduro?),
e bebe o café que a patroa fez com carinho,
em seu roupão cheio de medalhas e estrelas
caminha pela sala e quem vê?, seu neto,
brincalhão, que o abraça e o faz se sentir feliz,
por ali fica alguns minutos, esquecido do mundo,
troca de roupa e sai pela porta da frente
procurando, de antemão, o fundo falso
de cada alma que vaga ao seu redor,
volta e beija a esposa e espia, sorrateiramente,
a foto de Charles Chaplin,(O ditador),
sorri e chuta a lata de cerveja da ultima festa,
anda dentro dos sapatos como um cisne cego,
chega ao Palácio cheio de poder de polícia,
reverenciado, espalha desprezo sobre seus súditos...
Chaplin, já refeito do olhar do poderoso tirano,
sai a espalhar flores e sorrisos cheios de hai-kais,
bate à porta do Palácio, riem, gargalham,
chutam sua bengala, tigres vassalos,
os cinemas fechados, os supermercados
sem papel higiênico, a fome sem fronteiras,
sai a caminhar em busca de risos e sonhos,
se senta na beira da calçada e antes de partir,
chora...