IMERSÃO

Dizia para si:

Absorto não vi

as coisas importantes

as delicadezas cotidianas

os teus gritos de socorro

as tuas juras de amor.

Imerso no meu ego abissal,

o que supunha necessário.

Distante.

Agora não há tempo para lamúrias.

Sou responsável

pelos meus desatinos,

pelo desalinho no trato,

pela casa desarrumada.

Por doses de indolência afetiva.

Agora pode ser tarde.

Talvez não!

Antes tarde, do que mais tarde.

Aqui estou,

construtor do meu destino.

Não sofro pelo que não fui.

Não fui e pronto!

Quero um modo novo de andar com a vida.

Cleber Bispo
Enviado por Cleber Bispo em 18/04/2018
Reeditado em 28/03/2021
Código do texto: T6311988
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