IMERSÃO
Dizia para si:
Absorto não vi
as coisas importantes
as delicadezas cotidianas
os teus gritos de socorro
as tuas juras de amor.
Imerso no meu ego abissal,
o que supunha necessário.
Distante.
Agora não há tempo para lamúrias.
Sou responsável
pelos meus desatinos,
pelo desalinho no trato,
pela casa desarrumada.
Por doses de indolência afetiva.
Agora pode ser tarde.
Talvez não!
Antes tarde, do que mais tarde.
Aqui estou,
construtor do meu destino.
Não sofro pelo que não fui.
Não fui e pronto!
Quero um modo novo de andar com a vida.