Momentos não muito raros
 
“Eu que o diga!”
Penso (quase) alto
ao ouvir estórias de injustiça.
...Mas quer saber?
Tenho é sorte!
Devo tê-lo sido (injusto)
em certos momentos
que, convenientemente, esqueço.
Acredito ser autodefesa,
dessas que reluto
em aceder.
...É o velho conflito
das diferenças circunstanciais
que tem como raiz
compreender ao contraditório.
Desce seco,
arranhando,
mas desce
- sapos nossos de cada dia.
Nesses momentos
pouco vale o bom senso.
A humildade tem lados
muito amargos
e orgulho não serve mesmo
pra nada.
 
Tudo isso mexe lá por dentro.
É a questão dos pesos
que se dá.
 
Aí, lembro de certo momento:
“Meu rapaz, nada vale a pena”
...Esses terapeutas são mesmo sábios!