O TEMPO
Era véspera de segunda,
Dia 20 de novembro,
Quando me dei conta
Da passagem do tempo sorrateiro e sonso.
Sem um pingo de dó nem piedade,
Deixou para trás a menina
Que vivia em meu coração.
Tantos sonhos eu vivi,
Outros tantos, eu descartei!
Mas não posso me queixar,
Visto que ri mais que chorei.
Quando criança era mais fácil viver as grandes aventuras.
Vida adulta traz autonomia,
Mas nem sempre satisfação.
Às vezes ao me olhar no espelho
Custo a acreditar que cheguei aos trinta.
O problema é que não sei
O que fazer daqui pra frente.
Ficar é cômodo, mas não será covardia?
Ou vale a pena largar tudo
Para viver uma forte atração?
Meu medo é chegar aos setenta
E descobrir que fiz a escolha errada.
A vida confortável foi insossa.
Ou a montanha de emoções, pura ilusão.
Espero poder um dia olhar para o passado
E descobrir que tudo o que vivi,
Valeu cada segundo ao seu lado.