Por Trás da Obscuridade do Verbo
Nos delírios ofuscantes de uma sociedade repugnante, mudam-se o tempo e as variantes. Apenas não se mudam os delírios hilariantes.
Os homens se dizem criaturas empolgantes, gigantes, pulsantes, mas são apenas vampiros à caça da presa a todo instante.
Caçam riquezas, fraquezas, poder.
Pobres homens, criaturas sedentas pelo crer.
Mudos encolhem-se em tempestuosas vertigens, restringem-se, imprimem-se falsas deduções, falsas sensações, meras ilusões.
Barqueiros perdidos à deriva.
Náufragos que asfixiados buscam vida.
Mas vida? Ah, vida!
Por que partiste risonha?
Por que fugiste e deixaste estas criaturas com o pranto estampado nas faces medonhas?
Volta vida! Não desfigure esta gente sofrida, querida!
Traz de volta o bem precioso, o bem graciosidade, traz de volta a dignidade perdida.