Por Trás da Obscuridade do Verbo

Nos delírios ofuscantes de uma sociedade repugnante, mudam-se o tempo e as variantes. Apenas não se mudam os delírios hilariantes.

Os homens se dizem criaturas empolgantes, gigantes, pulsantes, mas são apenas vampiros à caça da presa a todo instante.

Caçam riquezas, fraquezas, poder.

Pobres homens, criaturas sedentas pelo crer.

Mudos encolhem-se em tempestuosas vertigens, restringem-se, imprimem-se falsas deduções, falsas sensações, meras ilusões.

Barqueiros perdidos à deriva.

Náufragos que asfixiados buscam vida.

Mas vida? Ah, vida!

Por que partiste risonha?

Por que fugiste e deixaste estas criaturas com o pranto estampado nas faces medonhas?

Volta vida! Não desfigure esta gente sofrida, querida!

Traz de volta o bem precioso, o bem graciosidade, traz de volta a dignidade perdida.

Nijinska Nelly
Enviado por Nijinska Nelly em 10/04/2018
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