Abismos De Gente
É o canto, dos pássaros,
Em meio ao deserto desolado;
É chuva nos rostos familiares,
É à margem dessa sociedade,
Que residem, os filhos e filhas,
Desta pátria mãe tão pouco querida.
É o berço da maldade, esse trajeto insólito,
Cheio de mortos corpos, trajados de vivos mortos;
É a decadência da cultura, hoje ainda mais abstrata,
O que antes nos diziam em poucas palavras,
Hoje se converte em bocas amordaçadas,
Pois os cães latem e mordem nesse brasil de vira-latas...
É a dança da chuva para trazer o fogo, é o fogo apagado com gasolina;
São as almas dilaceradas por traumas e os pratos cheios de cocaína;
São vidas que se esvaem como terra por entre os dedos,
São dedos que apontam nos outros, inconscientemente, os seus próprios erros.