ÁGUAS DE TEMPESTADE.
Leva-me: Oh! Tempestade,
em tuas águas rebeldes!
Leva-me as belas amizades:
as certas, puras e humildes!
Aonde estarão aqueles raios,
que iluminavam os caminhos,
quais seriam os seus mistérios,
me livres destes espinhos!
Aonde foram as águas puras,
da minha inocente juventude?
Hoje contaminadas e impuras,
são águas despidas de virtudes!
Para onde foi que me levastes?
e num temporal tu passastes,
levando os tempos da mocidade
e me deixas nesta cruel realidade.
Águas que se perderam no tempo,
já não são águas dos bons tempos,
quando o pouco trazia felicidade
e a inocência espantava a maldade!
Leva-me: Oh! Dura tempestade,
às águas do belo companheirismo,
ficar com antigas e novas amizades
e, me afastes do cruel modernismo...
d.lage.