Semente
Semente abandonada ao solo à própria sorte,
tão bem mais fácil acolher-te a morte.
Mas não!...
Sê bebes da água da vida e comes do pão da
terra, acomoda-te, enterra e aí então deita
raízes rasas... profundas, na profundeza
que será teu existir.
Diária a luta e tua vida tributa a força toda
empenhada no viver, o que pudeste trazer
guardado em ti, de quem gerou-te...
Então levanta e o sol alcança, não te cansas
de crescer... tiveste sorte, darás sementes
soltas ao vento, expostas ao tempo.
Luta contínua, perpetuação... tu te vais,
esvais, devolve a terra que espera o que
tomou; restas alimento a nova semente
que plantou...