ROLO
O bolo,
Do bololó ,
Do bolo,
Do rolo
Que enrolou
O povo --
Envolvendo-o
No rolo,
Do bolo
Dividido
Entre a confraria
De rapinadores ,
Contumazes
Enganadores
Do povo,
Costumeiros fazedores
De vãs promessas --
Verdadeiras trepeças
Aplicadas com requinte novo,
Com intuito de enganar,
Pois na verdade
Só lhes interessa xêpa!...
Meter a mão
Na abundante grana,
Fazendo -se de probo,
De bacana!
Mas no íntimo ,
Semelhando
A cães que não
Largam o osso:
No rolo
Que chafurdou
O Brasil
Na patifaria,
No lodo ,
Divisão
Do espúrio bolo!
O povo
Envolto no rolo ,
Feito de bobo ,
Nao sabia
O que em seu entorno,
Acontecia,
Nao via
O bolo inchar,
Se agigantar
No escaninho
De tamanha
Patranha :
De bolinho
Virar bolão!
E a cada ladrão
Como lobos
Em esfaimada
Matilha,
Coube enfim,
Na partilha
Do butim,
Grandes
Pedaços do bolo --
No bololó ,
Do bolo,
Que pôs
O povo
No rolo :
Banquete,
Joguete,
Nas mãos
De larápios ,
Que o País
Com roubalheira
Afundaram,
Jogaram-no
Ao chão ,
O puseram
De quatro,
Quando deram
Uma rasteira
No povo ,
No mais
Infame rolo,
Que prostrou
Por terra
A Nação
Brasileira!