Obra Inacabada
Obra Inacabada
Bicho da seda
Tinha desejo e plano
A borboleta que se realizaria
Pagaria o preço
Da lagarta
Ao casulo
Se submeteu
Ao processo
Chegou lá
Pelo sofrimento
Vive borboletando
Encantando com sua beleza
Não deixou de ser lagarta
Dentro
Trem que segue
O trilho da vida
Borboleta
Sendo lagarta
Beleza
Movida ao que passou
Vive do sofrimento
Não do momento
Possou ser a casca
Bela, dentro bolor
Mágoa e rancor
Ódio e medo
Inveja e cobiça
Covardia e horror
É o vapor, dá o apito
Que conduz a vontade
Para voar
Encantar
Fazendo
Realizando
Atendendo à dor
Dentro
Borboleta
Que não deixou de ser lagarta
Vive do que produz
Desperdício