Quem sabe...
Dá-me um trago desse seu silêncio mais puro,
Quem sabe assim entenda de uma vez o frio;
Cubos de gelo, tilintando na taça, então, juro,
Segurarei todas as palavras, nem mais um pio.
Mas, raramente bebo; um vinho para noite fria,
Água e limão, para os dias quentes, e chimarrão;
Esse é um bom amigo, uma silenciosa companhia,
E venha amargo ou com alecrim, adoça o coração.
E por falar nisso, onde deixaste o teu? Tão lindo...
Parece que dele, se esqueceu, ou talvez o guarde,
A sete chaves, dentro um tesouro, que sem alarde;
Protege, tece, e com esse silêncio vai indo; vou indo.