A Parede e Eu
A Parede me abraça
Eu abraço a Parede
Nessa Parede não há janela
Nessa Parede não há espelho
Estou só: eu e a Parede
A Parede não fala
Mas a Parede me compreende
A Parede não me tem,
mas eu tenho a Parede
Já não me sinto tão só
Pois agora tenho minha Parede
Uma Parede firme como um esqueleto
Feita de tijolos maciços
Eu converso com a Parede,
Mas ela não me escuta,
E não me responde...
Mas como poderia!? É uma parede!
Com a Parede eu grito
Eu bato e faço birra
A Parede não sente,
Mas eu sinto a Parede
A Parede não me vê,
Mas eu vejo a Parede
A Parede parece cada vez mais resistente,
Talvez meus punhos agora estejam fracos
Gostaria de sentir
Como é que a Parede se sente
A Parede não grita, não geme…
O que anseia a Parede?
O que sonha a Parede?
O que há por detrás da Parede?
E como é que pode suportar
todo o peso que requer ser uma parede?
Parede, eu não te entendo,
Mas tenha certeza, te compreendo,
Pois talvez eu seja a Parede