Balbúrdia Do Poeta
Eu espero os anos ardilosos,
O tempo de cessar a correria,
Fitar nos olhos da minha amada, a poesia,
No arroubo do meu coração o apaixonar…
Eu anseio pela brisa suave,
Transcender as portas dos meus olhos,
A balbúrdia dos pássaros no açaizeiro,
Um amanhecer mais calmo,
O sereno fleumático a passear pelas folhas.
Ah, sim! Correr para o meu homizio de amor,
Nos braços abertos daquela flor,
Que em uma tarde de domingo,
Floresceu nos jardins do meu querer.
O tempo levará as minhas forças,
A virilidade de amante voraz,
Mas quem procurar, encontrará em meu peito;
Incólume, o poeta tenaz…
Seus tantos capítulos,
Seus relatos perenes,
Sua caneta desembainhada,
Sobre a velha escrivaninha solene.
E no baile vulgar da sociedade,
Ainda se vestirão de poesias,
Muitos poetas,
e suas tantas idealizações de nostalgia.
(Hámilson Carf)