O que nos une?

A solidão que mortifica dias e noites, frios ou quentes

O amor que tanto traz sorrisos como também traz sal

Muda as feições com o tempo, pelo cair das lágrimas

Purifica coração mas, não muda em nada o que sente

O tempo que gira no mesmo sentido, e sempre igual

Ou o teor das minhas, das tuas, e das nossas rimas?

Parece que o ser humano é parecido, mesmas dores

Unido como por uma grande teia de sensações, rubor

Presente na alma, cada vez que aquarela pensamento

Um misto de coisas boas, ruins, um torpor, sofrimento

Como se amar, fosse o sinônimo da mais severa dor

E não importa o néctar, as nuvens, somente dissabores

O que nos une, seria essa distância segura dos abraços

Esse medo absurdo da leveza dos risos, comprometido

A rotina carcomendo a vida, os versos, os olhos cegos

Obscuras figuras desnorteadas, deixando seus traços?

Talvez seja a esperança sempre jovem, fazendo sentido

Construções parecendo frágeis mas, cheias de pregos...