MULHER...

A vida te fez frágil,

Embora teimas em pareceres

Forte.

A inteligência humana

Te coloca num estranho papel.

Que desempenhas com bravura

Em todas as culturas

Dos diferentes povos do mundo.

Não importa onde nascestes:

- tua cor, tua forma, tua educação –

É com dor que nasce

A tua Consciência.

E é com Dor

Que fazes nascer teus filhos.

Se podes, ensina-lhes a rezar

Para o Deus que aprendeste

A conhecer.

Se podes, ensina-lhes o amor Cristão.

- Que os faz solidários

E que os humaniza.

E, quando te permitem,

Ensinas aos teus filhos

A dignidade que um Ser Humano deve ter.

No entanto – Mulher –

Alguns filhos mal nascidos

E mal amados;

Alguns filhos paridos com a semente do ódio,

- inventaram a guerra.

E, quando soltam as amarras

Desta besta maldita,

Novamente és capaz

De suportares a dor e a humilhação...

Quando vês teu filho,

Teu irmão,

Teu pai e

Teu marido

Fazerem da guerra

Motivo triste

Para transformar-te

- Mulher –

Num mero objeto

Numa coisa destituída

De sentimentos e de dignidade.

Invadem teu lar...

Invadem teu corpo...

Depois, se vão.

E tu ficas,

Olhando estas feras.

E te perguntas se o destino

Do teu Filho

Será sempre o mesmo.

E tu ficas,

Com lágrimas nos olhos

E no coração.

Só tu mesmas sabes

O quanto acarinhaste o teu Filho

Para torná-lo

Um ser “humano”

E pacífico.

E sabes que continuará parindo

- com dor,

- com amor,

- com esperança.

Pois, o teu Deus

- Mulher –

Fez-te pequena,

Mas fez-te forte.

O teu Deus

Deu-te Coragem.

Para continuares acreditando

Que o Filho do teu Ventre

Nasceu para ser forte

Sem ser violento...

Nasceu para ser grande,

Sem ser ignorante...

E nasceu para ser digno

Da VIDA,

Que,

Em ti – MULHER –

E através de ti,

Ainda se perpetua.

SALETI HARTMANN

Professora e Poetisa

CÂNDIDO GODÓI-RS (1994)

SALETI HARTMANN
Enviado por SALETI HARTMANN em 07/03/2018
Código do texto: T6273623
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