O INSONDÁVEL
Que faço eu senão a observar o mundo em minha volta.
Meu olhar estende-se até onde não se dá mais para enxergar.
Mas, é tardezinha e o sol mergulha no horizonte,
E lá longe um barrado degradê surge.
Silenciosa e atenta, nesta tarde fresca de brisa suave
Que caricia meu rosto posso observar
Quão grande é a grandeza do Universo.
Quão grande, igualmente, é a falta de compreensão sobre si.
Num breve momento pensei descrevê-lo,
Faltou-me clareza e fino senso;
A pagina esplêndida que a natureza
Descortina para mim, oh caríssimo Indran!
Quão grande pareceu-me insondável,
Inatingível e imensurável.
Uma questão me toma de assalto:
Que faz os peitos arfantes de angustias
ou pretensão por explicá-lo se quando vós sois
tão pequeninos quanto grãos de areia e Pueril ?
Compreendo que, escrever versos é mais
que sublime, não é apenas escrever o que
se sente, mas o que jamais se escrevera.
O sol continua descambando-se,
Submergindo no horizonte, derramando
seu calor nas águas de algum oceano,
Donde meu olhar não abarca,
E dia pós dias na brevidade das horas
Um silencia angustiante de verdades jamais ditas
Ecoa nas pares do tempo, oh meu amigo Indran!