O INSONDÁVEL

Que faço eu senão a observar o mundo em minha volta.

Meu olhar estende-se até onde não se dá mais para enxergar.

Mas, é tardezinha e o sol mergulha no horizonte,

E lá longe um barrado degradê surge.

Silenciosa e atenta, nesta tarde fresca de brisa suave

Que caricia meu rosto posso observar

Quão grande é a grandeza do Universo.

Quão grande, igualmente, é a falta de compreensão sobre si.

Num breve momento pensei descrevê-lo,

Faltou-me clareza e fino senso;

A pagina esplêndida que a natureza

Descortina para mim, oh caríssimo Indran!

Quão grande pareceu-me insondável,

Inatingível e imensurável.

Uma questão me toma de assalto:

Que faz os peitos arfantes de angustias

ou pretensão por explicá-lo se quando vós sois

tão pequeninos quanto grãos de areia e Pueril ?

Compreendo que, escrever versos é mais

que sublime, não é apenas escrever o que

se sente, mas o que jamais se escrevera.

O sol continua descambando-se,

Submergindo no horizonte, derramando

seu calor nas águas de algum oceano,

Donde meu olhar não abarca,

E dia pós dias na brevidade das horas

Um silencia angustiante de verdades jamais ditas

Ecoa nas pares do tempo, oh meu amigo Indran!

VALDA FOGAÇA
Enviado por VALDA FOGAÇA em 03/03/2018
Reeditado em 15/06/2023
Código do texto: T6269822
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