O delírio de uma grande paixão.

Sou a repetição eternamente da mesma coisa.

Eis a questão ser ou não ser.

Não faz diferença.

Devido a inexistência do tempo.

A onda do delírio melancolicamente não me machuca.

Pois sou apenas um princípio superável nele mesmo.

Continuidade interminável do antifundamento.

Como se existisse na realidade alguma luz.

O futuro é irreal.

Ausências intermináveis na materialidade.

Então o que de fato sou, a inexistência.

Com efeito, a minha imagem uma ficção.

Uma sombra dos meus desejos.

De sonhos improcedentes.

O infinito vazio e incompreensivel.

A única possibilidade.

Retrata no mundo o encantamento.

Desse modo, muito melhor a fantasmagoria.

Se fosse diferente seria imperfeito.

Procure abstrair da fantasia a realidade.

Compreenda metaforicamente.

Não é tão distante o entendimento.

Muito melhor ser exatamente como é.

Sem nenhuma razão para ser.

Viver tranquilamente a ilusão.

Magnífico poder refletir de tal modo.

Exuberante sabedoria.

Com efeito, esquecer o instante.

Saber da não existência do passado.

Esquecer de refletir o futuro.

O presente não tem prolongamento.

O que sou, tão somente o vazio formatado.

Resquícios diluidos na imaginação.

Edjar Dias de Vasconcelos.

Edjar Dias de Vasconcelos
Enviado por Edjar Dias de Vasconcelos em 03/03/2018
Reeditado em 03/03/2018
Código do texto: T6269303
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