O delírio de uma grande paixão.
Sou a repetição eternamente da mesma coisa.
Eis a questão ser ou não ser.
Não faz diferença.
Devido a inexistência do tempo.
A onda do delírio melancolicamente não me machuca.
Pois sou apenas um princípio superável nele mesmo.
Continuidade interminável do antifundamento.
Como se existisse na realidade alguma luz.
O futuro é irreal.
Ausências intermináveis na materialidade.
Então o que de fato sou, a inexistência.
Com efeito, a minha imagem uma ficção.
Uma sombra dos meus desejos.
De sonhos improcedentes.
O infinito vazio e incompreensivel.
A única possibilidade.
Retrata no mundo o encantamento.
Desse modo, muito melhor a fantasmagoria.
Se fosse diferente seria imperfeito.
Procure abstrair da fantasia a realidade.
Compreenda metaforicamente.
Não é tão distante o entendimento.
Muito melhor ser exatamente como é.
Sem nenhuma razão para ser.
Viver tranquilamente a ilusão.
Magnífico poder refletir de tal modo.
Exuberante sabedoria.
Com efeito, esquecer o instante.
Saber da não existência do passado.
Esquecer de refletir o futuro.
O presente não tem prolongamento.
O que sou, tão somente o vazio formatado.
Resquícios diluidos na imaginação.
Edjar Dias de Vasconcelos.