Foi à apenas um instante
Foi à apenas um instante.
Eu estava na sala.
Olhando para o futuro pela janela.
Eu me via no topo do mundo.
Tudo estava ao meu alcançe.
Eu seria um astronauta.
Eu seria um bilionário.
Eu seria uma celebridade.
Eu seria o que todos esperavam de mim.
Foi à apenas um instante.
Que eu tinha o mundo nas mãos.
Todo o futuro pela frente.
Que eu tinha toda a esperança...
Mas eu fui caçado do céu que me pertencia.
Eu fui roubado de tudo que era meu.
Eu fui difamado por todos ao meu redor.
Eu fui uma decepção para todos que tinham expectativas de mim.
Foi à apenas um instante.
Que eu quis que tudo acabasse.
Que o mundo parasse de girar.
Que o tempo não mais me atormentasse...
Eu estive vazio, todo o meu ser era nada.
Eu estive exausto, todo meu corpo sentia dor.
Eu estive inseguro, minha voz não era ouvida entre a multidão.
Eu estava morto... Minha vida havia sido tirada de mim...
Foi à apenas um instante.
Que eu estava perdido.
Que eu pedi ajuda.
Que eu caí em prantos.
Um instante muda tudo.
Tudo muda em um instante.
Eu não estava perdido.
Eu sempre estive no mesmo lugar.
Eu não suplicava.
Meu único apoio era meu ser.
As lágrimas do meu rosto não me faziam sorrir.
Era o meu sangue que avermelhava minha face pálida.
Foi à apenas um instante.
Que eu voltei para sala.
Que eu olhei para o futuro.
Que eu voltei a ser eu.
Eu olhei para trás, meu passado de tormentos e alegrias.
Eu olhei para baixo, meu ponto fixo que nunca deixará de existir.
Eu olhei para frente, para a janela por onde alçarei voo.
Eu ohei para o Alto, o lugar que é meu por direito.
Eu voltei a ser eu...
O velho eu...
Que olha ansioso para o futuro!