Você me pergunta
coisas que não sei
como responder.
 
Caço as palavras
com o arco da promessa
e a flecha do olhar.
 
Pesco as palavras
como isca coloco
alguma semântica,
algum símbolo suculento
a atrair sentidos e
sentimento.
 
Eu luto com as palavras
todos os dias.
As vezes elas ganham.
As vezes eu ganho.
Mas é tão solitário vencer...
E ficar em silêncio

Com a exatidão das
equações.
Das ebulições
capazes de vaporizar
esse lirismo
 
Expectante.
Expectorante.
Excitante.
 
Você me pergunta
novos enigmas
cunhados na dor e
na agonia.

E, eu procurando respostas
Se é que existem 
as vezes um enigma pertence a outro.

Porque o mundo
é um mar de enigmas
no qual afundamos
todos os dias.
 
O que realmente boia
é só a ignorância,
a vaidade e
a poética inscrustada
na espuma das ondas.
 
Nos suspiros da juventude
E na brincadeira de crianças
riscada na chão...

a separar o ceú e o inferno.
a divorciar o dia da noite
 
Caço a palavra
com o canhão da memória.
De súbito, me recordo
da melhor resposta.

Mas, somente percebo
que o melhor é mesmo
perguntar, perguntar
e duvidar de tudo e
de todos
até que a certeza final
nos apanhe na rede do tempo.
 
GiseleLeite
Enviado por GiseleLeite em 26/02/2018
Reeditado em 26/02/2018
Código do texto: T6265207
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