O pesadelo
Um homem como tantos outros,
Em silêncio, ocultava remorsos,
Relutou por progresso, cravou o desdém
Pra sua família, refletia o ninguém.
Sonhou tanto, tanto sonhou...
Que de tanto sonhar, nada encontrou...
Queria apenas ganhar mais respeito,
Queria ocultar uma vida de medo.
Quando garoto dizia: serei Doutor!
Não pôde estudar, Doutor não virou...
Não teve apoio de sua família,
Não teve recursos, só melancolia.
Trabalhava muito, acumulava desgosto,
Uma vida pungida, repleto desolo,
Às vezes refletia, no sepulcro quis morar
Se arrependia, se prostrava a chorar.
O tempo passou
O sonho morreu
A vida acabou!
Tristonho, padeceu...
Agora no fim da vida, frágil e cansado,
Trabalhar não pode, está desgastado,
Depender do Estado? Que desolação!
Corrosão do tempo, descontinuação...
Uma vida miserável, o tempo perdido,
A existência despedaçada, um pobre excluído,
Não conheceu o progresso, ao menos venceu,
E foi no esquecimento, que adormeceu...
Tudo isso era um sonho e o jovem acordou,
Em prantos, assustado, para mãe contou,
Sua mãe espantada engasgou ao falar,
Filho, nunca pense em deixar de estudar!