Dia morno
Olhar retilíneo
Fugidio
Não queria a luz
e nem a treva.
Não queria nem a reta
e nem a curva.
Queria flutuar
Queria contemplar
o azul do céu,
a dispersão das nuvens.
E ouvir o silêncio semântico
dos corpos.
Dia morno.
O vento acaricia as árvores.
A folha morta em seu ballet
cai e
repousa como um cisne
no chão...
crepitante, enigmático
e estorvante.
Entro em casa.
A chave conversa com a fechadura.
A porta se abre.
Magicamente,
o segredo permite-me entrar.
Finalmente.
Quem me dera, abrir
assim meu coração.
Quem me dera, libertar
meu lirismo pessimista
e entristecido
por essa violência
cotidiana.
Dia morno.
Nem quente e nem frio.
Nem chuva e nem sol.
Há uma natureza expectante
lá fora.
Esperando silenciosa os morros,
as florestas e os pássaros
a atravessarem os céus
num mantra faminto
de verdade e confiança.
As nuvens lá em cima
conspiram alguma chuva
Uma redinha.
Gotas de orvalhos distraídas
A molhar lentamente o dia.
As nuvens lá fora, navegam
por entre ondas de calor e
espirais glaciais.
Gotejar a vida
homeopaticamente.
Aqui fora
Entre nuvens de pensamentos.
Raios de ódio
atritam com as circunstâncias.
Gente barulhenta.
Gralhas humanas
a pleno pulmões.
Crianças infelizes
gritando por atenção.
Não pediram
para nascer.
Então berram
por merecer.
E, a despeito de tudo
ainda existe o dia morno,
a confortável brisa
sinuosa
a contornar a curva
antes da curva.
A contornar o corpo,
antes do nascimento.
É o ninho de acaso
tecido curiosamente
pelo destino.
Olhar retilíneo
Fugidio
Não queria a luz
e nem a treva.
Não queria nem a reta
e nem a curva.
Queria flutuar
Queria contemplar
o azul do céu,
a dispersão das nuvens.
E ouvir o silêncio semântico
dos corpos.
Dia morno.
O vento acaricia as árvores.
A folha morta em seu ballet
cai e
repousa como um cisne
no chão...
crepitante, enigmático
e estorvante.
Entro em casa.
A chave conversa com a fechadura.
A porta se abre.
Magicamente,
o segredo permite-me entrar.
Finalmente.
Quem me dera, abrir
assim meu coração.
Quem me dera, libertar
meu lirismo pessimista
e entristecido
por essa violência
cotidiana.
Dia morno.
Nem quente e nem frio.
Nem chuva e nem sol.
Há uma natureza expectante
lá fora.
Esperando silenciosa os morros,
as florestas e os pássaros
a atravessarem os céus
num mantra faminto
de verdade e confiança.
As nuvens lá em cima
conspiram alguma chuva
Uma redinha.
Gotas de orvalhos distraídas
A molhar lentamente o dia.
As nuvens lá fora, navegam
por entre ondas de calor e
espirais glaciais.
Gotejar a vida
homeopaticamente.
Aqui fora
Entre nuvens de pensamentos.
Raios de ódio
atritam com as circunstâncias.
Gente barulhenta.
Gralhas humanas
a pleno pulmões.
Crianças infelizes
gritando por atenção.
Não pediram
para nascer.
Então berram
por merecer.
E, a despeito de tudo
ainda existe o dia morno,
a confortável brisa
sinuosa
a contornar a curva
antes da curva.
A contornar o corpo,
antes do nascimento.
É o ninho de acaso
tecido curiosamente
pelo destino.