Hidro
Belém, 24 de fevereiro de 2018.
Se teu nome fosse hidro, talvez fosses mais respeitadora.
Mas teu nome Hydro. Sofisticada. Mercadológica. Transnacional para o capital.
Se teu nome fosse hidro, talvez tu atentasses um pouco mais para as águas, na ligação do nome. Porém, escolheste não se misturar.
Não misturaste com os povos ao teu redor. Até diria que viraste as costas para os teus vizinhos, pois tudo estava em seu controle.
Mas misturou. Não o que poderia ser, da governança, da partilha de causas e efeitos, de respeito. Misturaste o que há de ruim para as águas: o veneno. Para a hidro. E não és hidro. És Hydro.
O que nós sabemos e até tu sabes é que que ninguém, repito, ninguém segura as águas, que tomam a forma da própria vida e são símbolo da rebeldia, sabias? Até num copo aparentemente presa ela se movimenta para se libertar.
E elas ficaram vermelhas. Como hidro que é, denunciam ao mundo a sua santidade violada. Daquilo que é o sonho do ser humano.
Transparente água obviamente frase.
Inodora água obviamente frase.
Insípida água obviamente frase.
Tudo que Hydro não foi e não está.
Sujeira.
Fedor.
Amargo.