Sentimentalismo cru

Aproveite, meu bem

A vista, a pista

Mas não à risca

Se encante, sim

Com as cores, as flores

Até com as dores

Mas não com as letras

Os códigos prendem

Disfarçam e mentem

São nós em cordas

Fingindo ser laços de fita

Enquanto você fita

Em prol da falsa liberdade agita

As belas charadas encobrem

A decepção da alma comum aflita

O que há em comum é o conflito

A pura angústia, cru sentimentalismo

Não visa um real benefício

Padecer aos gritos não é heroísmo

Um vidro manchado não lhe dá boa visão

Nem permite que entre iluminação

A cegueira distinta também é escuridão

Aquilo que bem faz, não é a exata razão

É exceder em paz, luz nos olhos do coração