Meu Amor
Tudo tão banal
ruas e avenidas, todo dia
sempre tão igual
carros, motos, pessoas
no balé do capital
raro não igual
desloco de cá zaz!
lacra porta
malas chega-se
um bate ponto
opção de vida...
e morte, talvez!
questão de sorte
ou azar
muito, sei não!
tantos sonhos
morrem num balcão,
quantos no coração?
mas é o que tem
passou-me um trem
rumo à capital,
- o capital -
dançando no vai e vem
quem leva-me, sr. Peter,
ao trecho, dos sapatos
capital onde deixo
parte de mim, alma
coloco em tudo
sempre, sempre assim
vejo-te navio, faço-me farol...
dos amigos
poucos não fiz
os que ficaram
passaram, passei
saudade alguma
lhes deixei
e assim
sol vem lua vai
passa tudo
passo pelo tudo
cada vez, talvez
melhor, vinho
branco, borbulhante
ao espumante
acompanham
os bem bons
e a rara, ilha bela
de um arquipélago,
mesmo ao cansaço,
em meu regaço
flashes de apagão
sono e sonhos
furtivo sorriso
... meu amor ...