À BEIRA-MAR
Ouço
vejo
toco
sinto
cheiro
a voz que grita absurdos aos mudos
aqueles que atravessam a rua do querer
a canção melódica a preço módico
na pele o que a vida quer que revele
a mata ensandecida por aromas e perfumes...
o violoncelo no alto da escada
a moça no alto da escada a desfilar
o corrimão da escada que sobe e desce
por dentro o fora do vento
o camarão que me estende a mão...
Olá
estou num restaurante à beira-mar
a comer e a beber e a sonhar
e além de tudo
cavalgo os prazeres
com a loquaz voracidade
de quem sabe que tudo isto vai passar...